top of page
  • Walter Antunes: fotografia / Luama Socio: texto

Chapada dos Guimarães: no Centro da América do Sul

Luama Socio: texto / Walter Antunes: fotografia


Cachoeira, chuvisco, sol e exuberantes jardins naturais no ponto central da América do Sul: assim é a Chapada dos Guimarães. Para chegar lá, vá até Cuiabá, a bela capital de Mato Grosso, pegue a rodovia Coxipó da Ponte, trafegue por apenas 68 quilômetros e alcance a charmosa cidadezinha homônima adjacente ao Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.


Dependendo da época do ano num mesmo dia experimenta-se sol quente, vento e neblina fria, mas nada impede as excursões pelas veredas verdes que levam às cachoeiras Véu da Noiva, Cachoeirinha e Cachoeira dos Namorados, que estão entre as mais visitadas pelo público dentro do Parque.

Porém a beleza e exuberância da Chapada se revelam em camadas de inesgotável maravilhamento ao explorador que vai além do roteiro básico convencionado pela administração do Parque. Isso inclui expedições ao longo dos enormes e coloridos paredões naturais, escaladas, nadar em riozinhos límpidos coalhados de peixes e sentir-se verdadeiramente num paraíso em meio a flores e plantas naturalmente “ornamentais”.


A vegetação do cerrado tem essa peculiaridade de apresentar uma paisagem ajardinada, harmoniosa nas proporções espaçadas. Nessa região o visitante também se depara com uma infinidade de inscrições e desenhos rupestres, misteriosas heranças deixadas por antiquíssimos ancestrais. Nessas expedições, que podem durar um dia inteiro, somos conduzidos por guias que conhecem muito bem a região.

Para se visitar a gruta “Morada das almas” e o “Lago azul”, caminha-se por um dos lugares mais bonitos que já se viu, cheio de pássaros, flores, lagartos, perfumes, fungos estranhos, matas e montes até o ponto final, uma caverna grandiosa que abriga uma lagoa límpida em que o sol projeta, através das sombras de contornos naturais, a forma de uma grande borboleta azul com reflexos dourados. Enquanto esse reflexo acontece, borboletas de verdade, pintadas de preto e amarelo, esvoaçam.

Pelo “Circuito das águas” depara-se com muita água límpida e espumante, piscinas naturais em meio a uma infinidade de cachoeiras, pegadas de bichos, pedras de formatos curiosos, longas caminhadas por entre a exuberância verde e colorida.


Para além dos passeios guiados também é possível se aventurar sozinho por mais outras águas e lugares: cachoeiras da Martinha, Marimbondo, Geladeira e o fantástico Mirante Morro dos Ventos, em que se deve assistir a um incrível e místico por-do-sol, pois aqui se está no Centro Geodésico da América do Sul, a uma distância de 1.600 quilômetros do Oceano Pacífico e do Oceano Atlântico.

Deste Mirante é possível avistar muita coisa para além da beleza natural: garimpos, cidades e plantações de monoculturas do agronegócio brasileiro. O Parque da Chapada é um oásis ecológico ultra-necessário em meio a um gigantesco problema de desmatamento e grave poluição por agrotóxicos.


A infra-estrutura ao turista é perfeita. Há pousadas, restaurantes e diversos guias. A cidade é muito simpática e bem cuidada, com uma igrejinha singela ao centro. O transporte de Cuiabá até à Chapada e vice-versa pode ser feito por um ônibus circular. Há também uma arte e um artesanato muito interessantes, todos expressivos de uma atmosfera de paz, harmonia e esperança.



Katawixi é um lugar de crítica,
análise e divulgação de pensamentos, pontos de vista filosóficos, práticas
e produtos culturais, livres de vínculos institucionais, 
concebido por
Luama Socio e Walter Antunes.
 
Katawixi é antes de tudo o nome de um povo que flutua agora em algum lugar na Amazônia.
bottom of page